sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Efêmero

É muito estranho chegar a uma certa idade e perceber que está tão vulnerável às ações exógenas quanto quando era criança. Não sei reagir bem à perdas, ainda é insuportável sentir que as pessoas e as coisas que eu amo são efêmeras e extremamente frágeis. Tenho tanto medo da solidão quanto do escuro, de não ter ninguém com quem dividir os sentimentos, os pensamentos, não ter ninguém pra fazer sorrir ou consolar, nem ouvir nem falar. Mas sempre há alguém que te faz querer mudar essa lei de que tudo na vida passa. Que te faz sorrir a toa, que ri com o que você fala só pra você não parecer um idiota, que te ouve, que te espera, que divide a conta, que te ajuda a estudar quando você tá desesperado com a matéria, que poderia sair sexta à noite, mas escolhe ficar contigo em casa assistindo um filme de terror. Alguém impossível de não amar. Sabe, como diria minha mãe "nada na vida é definitivo, exceto a morte", e pode não ter nada a ver, mas isso me faz pensar sobre o meu modo de agir diante de uma pessoa maravilhosa como essa descrita acima, principalmente quando essa pessoa planeja estudar em outro país. Sabendo que tudo na vida passa, às vezes até abruptamente, eu poderia simplesmente evitar deixar florescer um sentimento forte a fim de me preservar de dor e saudade, e com isso também perder todas as possibilidades de ser feliz. Ou poderia me entregar e aproveitar o máximo que eu puder, fazer que tudo dure o máximo que puder durar. Já que a certeza é o fim, se eu posso escolher os meios de chegar ao fim, pq não simplesmente aproveitar o que vem de bom? O que seria melhor, a dor da saudade por ter vivido momentos inesquecíveis ao lado de alguém que eu amo ou a frigidez da não ter sequer vivido algo bom mas seguir a vida adiante sem olhar pra trás? Eu quero é ser feliz, aproveitar o caminho que eu escolhi pra chegar no fim, e encarar de frente e intensamente tudo que me for proposto, e que venham arrependimentos, mas também venham lembranças dos momentos bons.

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